sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Percepções das Visitas nas Escolas




A primeira visita presencial nas escolas foi muito boa para conhecer a realidade das escolas e especificidades de cada uma das estagiárias. Encontramos realidades bem difíceis: alunos de inclusão sem apoio, escolas com infraestrutura de uma casa adaptada, escolas com paredes sujas e depredadas, escolas desorganizadas e com espaços restritos, enfim encontramos espaços de formação que não são incentivadores de aprendizagens. 

Na interação com os alunos, observamos que poucas alunas ainda atuam com modelo pedagógico pouco relacional. Algumas estagiárias não dialogavam muito com alunos, deixando-os fazer como queriam, sem fazer intervenções pontuais. Sugerimos para essas estagiárias procurar interagir mais com os alunos, indagando sobre suas hipóteses e buscando mostrar diferentes possibilidades na resolução de situações que os desafiam. 

Na atuação pedagógica das alunas, observamos que algumas estão procurando fazer inovações pedagógicas propondo atividades mais lúdicas que envolvem os alunos e os tornam mais colaborativos. Algumas alunas ainda estão trabalhando com folhas prontas e atividades retiradas de livros didáticos, o que gerava uma série de atividades fragmentadas e descontextualizadas. Na direção de qualificar a atuação pedagógica das estagiárias foi sugerido promover atividades que tenham uma continuidade e estejam engajadas no projeto proposto, nas quais os alunos sejam autores e sintam sua criatividade e produção serem incentivadas. 

Outro aspecto observado foi a falta de valorização das produções dos alunos, em poucas salas os trabalhos estavam expostos. Nesse sentido, foi sugerido melhorar na exposição do trabalho dos alunos na sala de aula e pela escola para valorizar a produção dos alunos. Também foi proposto pensar em uma produção dos alunos para o final do projeto: exemplo, caixa de jogos, álbum de jogos, maquete, livro de histórias. 

Os comentários e sugestões foram bem aceitos pelas estagiárias. Vamos ver como será o desenvolvimento a partir dessa conversa.

"Avaliação é um ato permanente em nossas vidas" - Jussara Hoffmann



Hoffmann afirma que avaliação é, fundamentalmente, acompanhamento do desenvolvimento do aluno no processo de construção do conhecimento. Isso pressupõe a existência de uma relação de confiança entre professor e aluno em que ambos possam manifestar seus argumentos no desenvolvimento do processo de aquisição de aprendizagens. 
Segundo a autora, a reflexão do professor sobre seus próprios posicionamentos metodológicos, na elaboração de questões e na análise de respostas dos alunos deve ter sempre um caráter dinâmico. Ou seja, o professor precisa estar sempre se avaliando, se questionando se suas propostas estão sendo efetivas para a aprendizagem dos alunos. Na minha atuação como tutora, muitas vezes fico me perguntando se estou fazendo ações que auxiliam as alunas na sua prática, em alguns momentos faço mais questionamentos em outros procuro incentivar ou dar sugestões e orientações, sempre procurando avaliar se estou de fato contribuindo na formação das alunas.
Ainda segundo Jussara Hoffmann, para o professor, o ato de avaliar, é o modo de que dispõe para escutar, pensar sobre o seu fazer diário. Foi nessa direção que na aula presencial de 13/11, foi feita uma conversa com as alunas-professoras sobre o estágio. Alguns questionamentos foram feitos, tais como: O que estás encontrando de bom? O que notaste de diferente? Achas que está se sentindo mais segura nas práticas pedagógicas? Por que motivo?  Quais conquistas alcançaste no estágio? 
A partir destes questionamentos dois depoimentos das alunas Lucimar e Diulianis foram especialmente importantes para mim, funcionaram como um feedback positivo sobre minhas intervenções no desenvolvimento das alunas. 
A estagiária Lucimar relatou que após a sugestão da tutora de oportunizar momentos de leitura que os alunos pudessem manipular os livros e que eles escolhessem a leitura a ser realizada e lessem as imagens, a estagiária começou a oportunizar esses espaços de leitura para os alunos e percebeu que os alunos estão mais participativos e mais protagonistas da sua aprendizagem de leitura. 
A estagiária Diulianis relatou que a partir da sugestão da tutora em deixar os alunos sentados em duplas, percebeu que os alunos estão mais colaborativos, melhorando sua interação e produção nas atividades. 
Esses relatos contribuíram para a reflexão sobre minha atuação profissional, pois pude perceber que as intervenções e sugestões feitas às alunas tem efeitos nas suas aprendizagens e que elas estão levando isso para a qualificação profissional delas. 







Segundo Jorba e Sanmartí (2003) existem 3 modalidades de avaliação mais utilizadas:

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA INICIAL - tem como principal objetivo determinar a situação de cada aluno antes de iniciar um determinado processo de ensino e aprendizagem, para poder adaptar as estratégias e metodologias pedagógicas à necessidades do aluno.


AVALIAÇÃO FORMATIVA - se refere aos procedimentos utilizados pelos professores para adaptar seu processo didático aos progressos e necessidades de aprendizagem observada em seus alunos. A aprendizagem é considerada como um processo por meio do qual o aluno vai reestruturando seu conhecimento a partir das atividades que executa. 

AVALIAÇÃO SOMATIVA -  tem como objetivo fornecer os resultados obtidos ao final de um processo de ensino-aprendizagem de modo a assegurar que as características dos estudantes respondam às exigências do sistema educacional. É feita através de coleta de informações e a elaboração de instrumentos que possibilitam medir os conhecimentos a serem avaliados. 

Na minha concepção a avaliação no PEAD a avaliação é formativa na medida em que há um acompanhamento do processo de aprendizagem das alunas a fim de promover sempre níveis maiores de consciências sobre suas capacidades cognitivas. No PEAD o professores/tutores trabalham em parceria com as alunas na tentativa de fazer com que elas elaborem seu conhecimento, procurando desenvolver formas em que as alunas-professoras possam aplicar esse conhecimento na sua prática docente.
Me questiono se a avaliação no PEAD poderia ser considerada também colaborativa, pois as alunas participam do processo de aprendizagem uma das outras através de comentários e questionamentos buscando provocar a reflexão de maneira crítica das vivências de suas colegas. 



Mediação Pedagógica utilizando a ferramenta Mapa Conceitual

Na interdisciplina Tutoria em EAD: ambientes digitais e suas ferramentas fomos desafiados a construir, em duplas, um mapa conceitual sobre a metodologia utilizada no PEAD. Nunca havia trabalhado com o Cmap Tools online, eu tinha experiência com o Mind Map, mas a ferramenta é bem interessante para ser explorada e possibilita a elaboração de várias possíveis relações.

Mapa Conceitual 1 - Realizado na aula do dia 26/10 por  Tais e Josele.


Após a apresentação para o grupo na aula, as professoras questionaram: de que forma são feitas as estratégias de problematização e apoio a reconstrução e qual a ordem dos fatores entre a mediação e a proposta interacionista, qual é possibilitadora de qual?
Então, refizemos o mapa conceitual em 16/11 após as sugestões dadas na aula do dia 26/10 pelas Professoras Simone Bica e Mariângela.






Os questionamentos feitos permitiram avançar nas relações previamente elaboradas e reorganizar as ideias colocadas de modo a deixar mais claro como funcionam as ações de tutoria no PEAD.















terça-feira, 13 de novembro de 2018

Importância da Interação na Aprendizagem

A interação é usualmente significada como “inter-ação”, ou seja, uma ação (relação) “entre”. Na teoria construtivista, a qual compreende o conhecimento como construção, a interação é um processo complexo de trocas e de significações que desencadeia uma sequência de estados de construção de conhecimento (PIAGET, 1986).  Piaget (1986) traz a ideia de que a interação não se dá apenas entre indivíduos, mas entre o sujeito e o meio físico ou social, tendo como resultado a aprendizagem, através da assimilação e acomodação das informações oriundas da própria interação. Assim, é a partir da interação entre indivíduo e meio físico e social que se abrem possibilidades de aprendizagens. Sujeito e objeto transformam-se, portanto, devido a essa interação (BECKER, 2012).

Nos cursos a distância, os recursos tecnológicos aliam-se às ações de tutoria e possibilitam a interação, pois permitem que trocas e processos de aprendizagem que não poderiam ser feitos devido a diferentes espaços e tempos, possam ser feitos através das tecnologias.  Dessa forma, a interação entre alunos e tutores terá implicações para qualidade e efetividade da aprendizagem.

No PEAD a função dos tutores é construir uma relação acolhedora junto aos alunos de forma cordial e provocadora, que busque auxiliar nas dúvidas decorrentes do processo de aprendizagem bem como, analisar e comentar os trabalhos realizados pelos alunos. É através do diálogo e da orientação personalizada, coletiva ou individual, que os tutores devem incentivar os alunos (PEAD, 2006).

A interação no PEAD evidencia-se através das trocas efetivadas pelos tutores e alunos de forma síncrona (whatsapp, telefone e chat) e assíncrona (fórum, e-mail, mensagem). O acompanhamento diário é necessário no trabalho do tutor, que além de registrar as produções dos alunos, procura interagir de modo a auxiliar em suas reflexões, mantendo um contato direto de esclarecimento e apoio. Esse processo interação também possibilita aprendizagens aos tutores, que entre o aprender e o ensinar qualificam suas ações de tutoria.








Referências

BECKER, F. Educação e construção do conhecimento.2 ed. Porto Alegre, RS: Penso, 2012.

PIAGET, J. Problemas de Psicologia genética. Rio de Janeiro: Forense, 1986.

PEAD/UFRGS. Guia do Tutor. UFRGS. Porto Alegre, 2006.
Estratégias de ação

Segundo Nevado et. al. (2001), o PEAD utiliza como principais estratégias para favorecer a ação-reflexão-ação sobre sobre os pressupostos e as práticas pedagógicas: as estratégias de problematização e provocação no sentido de problematizar as certezas e apoio a reconstrução no intuito de incentivar a produção dos alunos mostrar outras possibilidades.


Problematização e provocação

Na tentativa de tentar problematizar as afirmações das alunas e provocá-las a reflexão procuro fazer indagações através de feedback baseados na “pedagogia da pergunta” (FREIRE, 2014). Assim, são propostos questionamentos e perguntas abertas que incentivaram a reflexão e análise crítica sobre suas ideias, práticas pedagógicas e pressupostos teóricos. Essa atuação pedagógica do tutor pode ser caracterizada por uma pedagogia da pergunta, que visa propor questionamentos que apoiem os alunos na identificação de possíveis contradições ou inconsistências em suas produções vinculadas às atividades de uma interdisciplina (NEVADO et al., 2006, p 27). 

Muitas vezes as perguntas feitas nos comentários dos blogs não são respondidas, na plataforma educacional há uma incidência maior nas respostas. Através desse diálogo é possível perceber argumentos mais e menos elaborados e argumentativos, percebe-se assim que há diferentes níveis nas aprendizagens das alunas e que nós como tutores temos que tentar desenvolver cada uma no seu nível de compreensão. 


Apoio a Reconstrução


Já no aspecto de apoio a reconstrução, procuro incentivar as alunas com expressões do tipo "muito bom", "muito importante", "muito interessante" no sentido de incentivar as alunos a participar das discussões e expor suas crenças, incentivando a troca de experiências entre os agentes do curso. Nas estratégias de reconstrução busca-se problematizar o conteúdo trabalhado e a proposição de novas possibilidades na prática dos saberes docente, ou seja, o tutor coloca-se como um interlocutor que ajuda a pensar junto, numa esfera de colaboração. 

Diante dessas ações o que se percebe é que as alunas sentem uma relação de confiança com o tutor, quando este demonstra estar presente e junto com elas nos ambientes virtuais. No entanto quando essa troca entre as duas partes não se estabelece com frequência, essa relação fica prejudicada e a continuidade das ações trocas também.